12 de jul. de 2010

BIOHAZARD - URBAN DISCIPLINE



Hoje a relevância é pequena, mas no início dos anos 90 a cena hardcore de Nova York não estava, digamos, em foco. Boas bandas sempre existiram e existirão por lá (Madball, Sick Of It All, Pro-Pain, Casualties, etc), mas ninguém era comparável em crítica social, shows violentos e apelo midiático ao Agnostic Front que, no início dos anos 90, pendurava prematuramente as chuteiras (devido a prisão do vocalista Roger Miret).
Foi nessa época que o guitarrista do Agnostic Front, Vinnie Stigma (lenda na cena hardcore NY) declarou que, se alguma banda deveria herdar o trono do Agnostic Front, essa banda seria o Biohazard, do bairro "barra pesada" Brooklyn.
O Biohazard gravou seu primeiro álbum em 90, com uma mistura de hardcore, metal, hip hop e rap, com letras seríssimas contendo críticas sociais, crimes, enfim, a realidade novaiorquina dos anos 90.
Naquela época já existia a mistura rap+rock, mas a coisa era meio festiva (vide os Beastie Boys, Run DMC, Chili Peppers, etc).
O Biohazard entrou "serio" na linguagem, pegando o que mais violento havia no Rap e fundindo com o que de mais violento existe na música: o metal e o hardcore.
Conquistaram rápido o respeito da crítica e do público e em 92 a banda gravou o que por muitos é considerado seu melhor álbum: URBAN DISCIPLINE.
Com esse álbum o Biohazard passou a ser conhecido no mundo inteiro, o que rendeu à banda um contrato com uma grande gravadora.
O álbum, lançado pela Roadrunner Records, saiu no Brasil somente em 94, mesmo ano em que eles lançaram STATE OF THE WORLD ADDRESS, já pela major Warner Bros.
O resto é história de muito respeito na cena.
Urban Discipline é um dos 10 álbuns mais importantes da minha relação com o hardcore novaiorquino.
Hoje o som já não é novidade, mas em 92...93... porra! O som que o Biohazard "herdou" do Agnostic Front era tão brutal e enérgico que era impossível ficar inerte ao som.
Foi com esse som que eu aprendi não a pogar, mas saber qual o momento certo de se "formar a roda" de pogo...
Tem vários sons que "criam a expectativa da violência", que é quando o andamento da música é interrompido bruscamente, deixando apenas um riff repetitivo de guitarra anunciar a violência que está por vir.
Pra entender o que isso que dizer, ouçam PUNISHMENT, ou SHADES OF GREY, ou BUSINESS, ou a violentíssima WRONG SIDE OF THE TRACKS. Quando a música parar por "meio segundo", a sequencia sempre é matadora!
O Biohazard foi imbatível e fez escola com seus quatro primeiros álbuns de estúdio e com o ao vivo NO HOLDS BARRED de 97.
Depois começou a ficar repetitivo, perdeu um pouco a pegada e passou a fazer albuns um pouco mais cadenciados e foi perdendo a relevância para grupos de mais estética e menos valor musical/cultural.
Estive no útimo dia 10/07/10 no Carioca Club, em SP, para ver, mais uma vez, um show do Biohazard por nossas terras. O setlist foi baseado apenas nos 3 primeiros discos, ou seja, violência garantida.
O público que (quase) lotou o Carioca era formado por vários caras das antigas, então tudo rolou com muito respeito e a participação do público foi sensacional, o que fez o show ser impecável.
Minha colaboração da semana é, pra quem não conhece, o sensacional álbum URBAN DISCIPLINE, de 92.

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